Renúncia


 

Voltar a mim. Desencaixar-me para me encaixar sem caixas. Adultecer é deixar-se embalar não pelo embalo da vida, mas pelas embalagens das circunstâncias. A vida constantemente quer nos desembalar do velho para nos embalar em novas rampas de experiências. Ladeiras são assim. Circunstâncias não. Os tempos que não voltam são as ladeiras que só nos permitem descer. Insistir em subi-las é encaixotar-se ao inútil. A vida adulta a essa altura já nos arrancou os balanços da infância. A rotina nos embala a estudar, trabalhar, planejar, comprar, pagar, com sua peculiaridade apressada. Já nos acostumamos tanto ao modo de encarar a vida, a nossa vida, que talvez, seja desencaixada para nossa consciência a pergunta: Vale a pena renunciar o quê na minha vida? Há um verso que diz, “ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o tecido da roupa e o rasgo aumenta.”, renunciar é isso, não aceitar mais remendos, recosturas, jeitinhos de conviver. Lógico que isso leva o coração para um desequilíbrio. Afinal, quando a gente sente no balanço da existência que, tudo que temos abaixo dos nossos pés é um chão de um mundo novo. As circunstâncias nos suplicam na porta da alma que não renunciemos ao mundo que já conhecemos.

~ Rick Joilly ~

Medite / Mateus 9:17 e 18

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